quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

O VESTIDO AZUL (Doris Dorrie)

Uma leitura rápida, sem grandes emoções. Embora fale sobre dois personagens cujos companheiros faleceram, um inesperadamente e outro após um câncer, não se compromete profundamente na análise dos sentimentos de nenhum dos dois. Bastante abreviado, ainda assim dá uma idéia do complicado processo de superar perdas, perdoar-se as falhas cometidas e seguir em frente.
SINOPSE: "Este vestido vai mudar a sua vida!" Comesta frase profética o estilista Alfred Britsch sela sua última venda, pouco antes de morrer de câncer. O desejo de realizar uma homenagem póstuma a Alfred faz com que Florian Weber pense em recuperar a criação derradeira do comoanheiro: um delicado traje de organza, sem mangas, azul como o mar. De posso do endereço da compradora da peça, a designer Babette Schröder, ele sai à sua procura e a vestimenta acaba por tornar-se o ponto de interseção entre os dois. Marcados por tragédias semelhantes, Florian e Babette passam a ser confidentes, resgatando as histórias de amor perdido e dividindo as dores da ausência de seus parceiros: enquanto ele rememora a visita feita há uma década aos pais do costureiro e o calvário que que trilhara até sua destruição pela doença, ela descreve o acidente de trânsito que subtraiu Fritz de sua vida, ocorrido em viagem a Bali - e a morna relação com o anestesista Thomas, que ela conhecera em seus passeios matinais pelo cemitério.
De estrutura complexa, os personagens criados pela cineasta e romancista alemã Doris Dörrie filosofam sobre temas universais como perda, amor e morte de forma dolorida e ao mesmo tempo com simplicidade desconcertante. A experiência no cinema faz com que a autora tenha completo domínio na descrição de cenas corriqueiras aliadas a uma visão poética peculiar, trazendo precisão e sutileza ao inefável.

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