quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

EU SEI QUE VOU TE AMAR (Arnaldo Jabor)

Amei. Não foi nem de longe o melhor livro que li neste ano, entretanto o diálogo, as necessidades, o espezinhar, me fizeram lembrar momentos que vivi. Não as mesmas palavras, talvez um vivenciar mais contido, ou menos miserável, um palavreado menos chulo (ou não...), mas eu já estive lá... E é fato que muitos antes e depois de mim também... E durante o tempo todo, percebe-se a fome que não se extinguiu, o amor machucado, o não dar o braço a torcer, o orgulho exorbitante derrotado no último instante, o instinto que prevalece fazendo rodopiar o "nunca mais", prolongando o limbo confortável de corpos que se conhecem... Cru, um tanto animalesco, o retrato perfeito de um relacionamento longo, salvo exceções. Não agradará a todos é certo, mas para os que lêem nas entrelinhas haverá risos, raivas e correspondências...
SINOPSE: Eu Sei Que Vou te Amar, conta a história de um casal recém-separado após seis anos de casamento, que marca um reencontro depois de três meses sem se ver. O cenário é o novo apartamento dele. A ansiedade e o estranhamento inicial manifestados em gestos contidos e frases pensadas, vão aos poucos dando lugar a um turbilhão de emoções e palavras com alto poder destrutivo, mas renovador. Em busca de uma resposta para o que sente, o homem e a mulher extravasam ressentimentos, ofensas, mágoas, enumeram dores e traições até chegarem a um estado de delírio que os coloca na beira do abismo muitas vezes existente entre a palavra dita e o desejo real. Ali, onde não são possíveis formulações racionais, onde a palavra é impotente diante do indizível.

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