quarta-feira, 20 de novembro de 2013

GROTESCAS (Natsuo Kirino)

Uma narrativa cansativa, prolixa, toda ela voltada para os sentimentos e as atitudes mais baixas, mais degradantes que os seres humanos podem nutrir. Nenhuma perspectiva de redenção, nenhum sopro de vida saudável, nenhum vislumbre de sentimentos positivos. A narrativa toda chega a ser asfixiante, deprimente. E a quem me pergunte porque não abandonei o livro sem terminar a leitura, muito arrastadamente, de suas 575 páginas, só posso dizer que tive esperança de um final apoteótico, capaz de redimir a mesmice abissal da obra. Também me obriguei pelo preço "salgado" do livro. Acredito que seja o livro com o qual menos me identifiquei este ano.
SINOPSE: O assassinato de duas prostitutas, ambas ex-estudantes de uma escola para moças de elite em Tóquio, é o ponto de partida do romance Grotescas, que reconstitui a vida das duas vítimas e da narradora do livro, irmã de uma e ex-colega de escola da outra. Filha de uma japonesa e um suíço, a narradora sem nome é atormentada ao longo de toda sua vida por profundos sentimentos de inadequação e rancor, frutos de sua origem mestiça e da constante comparação com sua irmã, Yuriko, dotada de uma beleza fora do comum. Em Grotescas, a prestigiada Natsuo Kirino deixa de lado a investigação policial para compor um painel de vidas torturadas ocultas sob uma aparência de normalidade, esmagadas pela dificuldade de adequação aos códigos sociais, cujo potencial jamais se realiza, e ilustra um Japão raramente retratado na ficção. A narradora do romance investiga o que teria levado duas ex-alunas de um colégio de elite a prostituir-se nas ruas; reconstrói as memórias de sua família e da difícil relação com a irmã; as dificuldades de aceitação na elitista Escola Q Para Moças, com seu rígido sistema de castas definidas por origem, renda e aparência e sua obsessão pela genética, que a leva a imaginar a aparência de filhos que teria com os homens que conhece e a comparar as pessoas a plantas e a animais pré-históricos. Ao receber o diário da irmã após sua morte, a narradora cede espaço a Yuriko, que relata em primeira pessoa a descoberta da sensação de poder e libertação que o sexo lhe confere, além de confessar como extraía prazer de sua própria degradação. A outra vítima, Kazue, estudante de família pobre extremamente ambiciosa e esforçada, embora incapaz de compreender os códigos de comportamento das estudantes do colégio Q, sofre constantemente ao tentar ajustar suas possibilidades às suas ambições, o que atrai o desprezo da narradora.

Comente

Postar um comentário

Agradeço seu comentário. Peço a gentileza de observar as regras de urbanidade e respeito.