segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

VULGO, GRACE (Margaret Atwood)

Um livro bastante interessante. Descortina costumes de época com minúcias de detalhes, principalmente pela narrativa de Grace. Embora o pano de fundo seja o duplo assassinato de seu empregador e da governanta do local onde a protagonista e principal narradora trabalhava, e pelo qual foi condenada à prisão perpétua, há no livro uma gama bastante diversa de informações interessantes, dentre as quais os tratamentos mentais utilizados na época, as relações amorosas e a elaboração de colchas (sim, colchas) que me deixou bastante curiosa e obrigou-me a pesquisar o assunto, o que me levou à descoberta de uma gama bastante variada e linda de colchas finamente bordadas, trabalhosas e com precinhos nada convidativos...
Condenada de forma um tanto inconclusiva, Grace teve sua pena capital comutada para prisão perpétua, por força da pressão exercida pelas personalidades importantes da época,  que acreditavam em sua inocência, enquanto o empregado, supostamente cúmplice e amante dela, James McDermott, é condenado e enforcado em 1843.
Embora a história seja verídica, a autora preencheu as muitas lacunas existentes com ficção, utilizando-se do que julgou ser mais plausível, de forma que é justo afirmar que o livro não se trata de um documentário fiél do ocorrido. Necessário ressaltar que a verdade sobre os fatos nunca foi realmente esclarecida, dadas as muitas versões apesentadas na época pelos acusados, ficando a cargo do leitor encontrar motivos para a condenação ou para a absolvição de Grace.
Dada a longa extensão da narrativa e à minúcia de detalhes ofertados, pude "enxergar" os personagens e os locais apresentados, o que fez da leitura algo prazeroso. 
SINOPSE: A partir do caso real de uma mulher canadense da década de 1840, Atwood tece uma história, cuja protagonista envolve o leitor num enigma. A autora recupera a trajetória de Grace Marks, uma criada condenada à prisão perpétua por ter ajudado a assassinar o patrão e a governanta da casa em que trabalhava.


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