terça-feira, 11 de dezembro de 2012

UM DOMINGO PARA SEMPRE (Sébastien Japrisot)

O enredo nos mostra a saga de alguém que não se contentou com uma única versão da história e que, em seu inconformismo, ouviu a voz de sua intuição e acabou por encontrar um desfecho totalmente diferente e, ainda assim, inesperado.
O cenário que se descortina ao leitor inicia-se no ápice da primeira grande guerra mundial, onde muitos soldados, desesperados, se auto mutilam para conseguir baixa e se livrarem do front. É nesse ponto que a narrativa se afunila, passando a focar-se no destino de cinco soldados condenados por tal prática. A decisão atroz e desumana de atirá-los, com as mãos amarradas, no espaço existente entre aliados e inimigos, para serem abatidos na terra de ninguém, dá inicio à versão oficial que uma mulher repudiará, até encontrar um desfecho diferente. Uma história inusitada de amor, de sagacidade. Perfeitamente possível quando encerrada num cenário de guerra.
SINOPSE: Eram cinco soldados franceses condenados à morte pelo conselho de guerra por terem se automutilado. Cinco soldados que foram lançados na neve, numa noite de janeiro de 1917, em frente à fronteira inimiga, para que fossem mortos. Durante uma noite e um dia inteiros, tentaram desesperadamente sobreviver. O mais jovem chamava-se Manech. Ainda não completara 20 anos. Depois da guerra, Mathilde (estrelada por Audrey Tautou no filme "Eterno Amor", de Jean-Pierre Jeunet), que ama Manech com um amor a toda prova, vai lutar para reencontrá-lo, vivo ou morto, e levará até o fim a insensata esperança que a carrega. O livro tem um início notável, é implacável na denúncia à burocracia e ao cinismo das autoridades militares, e é encerrado exatamente no ponto em que começou ("cinco soldados franceses aqui repousam / mortos com os sapatos nos pés / perseguindo o vento / onde fenecem as rosas / há muito tempo"). Tocante e perturbador, "Um Domingo para Sempre" surgiu de episódios da Primeira Guerra Mundial contados ao escritor Sébastien Japrisot por seu avô. Narra o que é comum a todas as guerras: a luta desesperada da busca por uma ausência presente. Mathilde, a viúva branca, amava Manech acima de tudo e dedicará a sua juventude a encontrar o seu amor vivo ou morto. Porque, apesar das guerras, o amor é assim!

Comente

Postar um comentário

Agradeço seu comentário. Peço a gentileza de observar as regras de urbanidade e respeito.