quarta-feira, 10 de março de 2010

O ZECA MARANHENSE E OS POEMAS DELE

É para aplaudir de pé, quando a gente se depara com poemas bem escritos, grande emaranhado de palavras soltas capazes de deixar fluir as emoções mais escondidas, ocultas nas entranhas de nossa alma arredia. E hoje eu quero registrar um poema que transcende o espírito, que arrebenta a carne, que cala a mente. Lindissimo poema de autoria de Zeca Baleiro. Pois é, a nossa maravilhosa musica popular brasileira, mais uma vez nos presenteando com talentos múltiplos. Meu destaque vai para a última linha desse poema que se derrama, invade e acalenta. Na voz e na letra de Zeca Baleiro, (telas de Joan Miró), para quem ainda não conhece:
"SKAP"
Pois toda essa beleza que te veste vem de meu coração,
que é teu espelho o meu bem é bem melhor que tudo posto
Quando você pinta tinta nessa tela cinza
Quando você passa doce dessa fruta passa
Quando você entra mãe-benta amor aos pedaços
Quando você chega nega fulô boneca de piche
Flor de azeviche
Você me faz parecer menos só
Menos sozinho
Você me faz parecer menos pó
Menos pozinho
Quando você fala bala no meu velho oeste
Quando você dança lança flecha estilingue
Quando você olha molha meu olho que não crê
Quando você chega mariposa morna lisa
O sangue encharca a camisa
Quando você diz o que ninguém diz
Quando você quer o que ninguém quis
Quando você ousa lousa pra que eu possa ser giz
Quando você arde alardeia sua teia cheia de ardis
Quando você faz a minha carne triste quase feliz

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