sexta-feira, 13 de novembro de 2009

EU, MALIKA OUFKIR - PRISIONEIRA DO REI (Malika Oufkir e Michèle Fitoussi)


Uma história revoltante, inacreditável e dolorosa. Malika conta-nos, resumidamente, a perda de 20 anos de sua existência e de seus familiares, aprisionados, de forma degradante e cruel em Marrocos. Conforme eu li, me via assaltada por emoções fortes, densas, como a impotência, a descrença, a raiva em sua forma mais bruta, a ansiedade. Por ter nascido e me criado nessa terra indizível que é o Brasil, o relato, mesmo suscinto (não dá para contar como são vinte anos perdidos em tão poucas páginas), por um lado me horroriza e, por outro, aumenta minha convicção de que sou, como mulher e ser humano, uma privilegiada por minha nacionalidade. A leitura, embora a gama de emoções que difunde no leitor, é suave e prazerosa. Na verdade eu o li em uma única tacada, não consegui parar até o final. Ficou um gosto de "quero mais", mas não com relação aos sofrimentos e a uma descrição mais detalhada das perdas sofridas por esses seres humanos. Ficou o desejo de saber o prosseguimento da histórias dessas pessoas após sairem, enfim, de Marrocos, bem como o desejo de que tenham encontrado, senão felicidade, pelo menos paz de espírito e serenidade e, bem no fundo do meu coração, o pesar por não terem vindo para minha abençoada terra, cujo povo, maravilhoso, teria se empenhado em curar as feridas dessas almas tão atormentadas.
SINOPSE: Best-seller na Europa, esta é a história de Malika Oufkir. Filha de um general marroquino, aos cinco anos ela foi adotada pelo rei Mohammed V e criada como uma princesa. Um dia, porém, seu verdadeiro pai foi acusado de tramar um golpe de Estado e a desgraça caiu sobre a família Oufkir. Sua mãe e seis de seus irmãos foram aprisionados, o que deu início ao que Malika e a jornalista francesa Michèle Fitoussi descrevem no livro como uma fuga desesperada para a vida.

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