Um relato bastante fiel do exterminio judeu pela Alemanha nazista. Percebe-se com distinção duas realidades: um povo que se deixa dominar e massacrar docilmente, do qual tudo foi roubado, principalmente a condição humana. Diante do horror vivido por esse povo, os demais povos se fizeram cegos, alheios, acovardados. Poucos foram os gestos de solidariedade... De outro lado, um povo que se deixou guiar até as raias da completa ignomínia, que se deixou dominar pelo poder, transformando-se em verdadeiros animais traiçoeiros, feras abestalhadas e sem controle da própria maldade. Uma realidade que mesmo em nossos piores pesadelos jamais deve repetir-se. É fato que o holocausto judeu já vai longe, mas é fato também que os acontecimentos que enlamearam um pais todo, fazendo de seu povo os filhos de uma besta feroz, cobrindo a Alemanha de vergonha, devem ser combatidos, uma vez que temos muito presentes o preconceito, a violência desenfreada, o falso conceito de superioridade, a intolerância. É fato que devemos manter abertos nossos olhos e nos policiarmos com constância, afim de impedir que outros holocaustos ocorram.
SINOPSE: Aleksander Henryk Laks, 72, relata os sofrimentos inimagináveis aos quais foi submetido e conta como conseguiu a eles sobreviver. Seu calvário começou quando o exército nazista invadiu a Polônia, em setembro de 1939. A partir daí, sua vida e de sua família transformou-se numa luta diária pela sobrevivência. Aleksander , deparou-se com amigos e parentes amarrados ou enforcados no alto de postes da sua cidade natal, Lodz, e viu soldados alemães arrancarem as barbas de judeus com as mãos, deixando suas faces em carne viva. No entanto, este foi apenas o começo da série de crueldades impingidas aos judeus. Levados para diversos campos de concentração, Aleksander viu sua mãe pela última vez ao descer do trem que os levou para Auschwitz, lugar onde viveu os momentos mais torturantes da sua vida. Uma das torturas mais comuns era o método número 25. Os judeus eram amarrados de bruços em cavaletes e espancados nas costas com pedaços de pau, esmigalhando os rins que saiam junto com o sangue através dos poros. Depois de ver sua mãe caminhar para a câmara incineradora, assistiu a morte de seu pai que não resistiu às semanas de caminhada na chamada "Marcha da Morte", de mais de 500 quilômetros, entre vários campos de concentração. Dos 600 prisioneiros que partiram de Auschwitz, apenas 50 sobreviveram. E novamente Aleksander estava entre eles. A redenção veio junto com a chegada do exército aliado. Aleksander foi salvo pelas tropas que interceptaram o trem que o levava de um campo de concentração para outro. A certeza de que seu calvário teria fim veio na forma de um copo de leite quente, entregue por um soldado aliado. Aleksander Henryk Laks tem 72 anos e vive em Copacabana no Rio de Janeiro. Atualmente, é consultor histórico da mini-série da TV Globo, Aquarela do Brasil.
Comente
Postar um comentário
Agradeço seu comentário. Peço a gentileza de observar as regras de urbanidade e respeito.