Se há algo de interessante na obra, a meu ver fica por conta das revelações que acabam levando o leitor a imaginar os motivos que levaram Sana ao suicidio. Mas nem isso fica muito claro. Pode-se atribuir a atitude de Sana ao vazio e à culpa remanescentes de seus atos de vingança, entretanto, mesmo aqui há muita obscuridade. A obra parece mais um apanhado de momentos que deixam a mercê do leitor as conclusões. Um livro muito "no ar", inconclusivo. Algumas alusões à disputa entre judeus e árabes me pareceram usadas como forma de ligar os fatos aleatórios da história, uma tentativa fraca de moldar o enredo. Isso porque tudo é tratado muito por alto, sem profundidade. A idéia central, se melhor explorada, daria uma grande obra. Não foi dos melhores livros que li este ano.
SINOPSE: Duas palestinas. Dois deuses. Uma culpa. Num festival literário, o ficcionista Richard Zimler testemunhou o suicídio da dançarina muçulmana Sana, após esta ter lhe falado que lera seu best-seller O último cabalista de Lisboa. Transtornado, ele se une a Helena, uma judia, amiga de infância de Sana, para entender o que a levou à morte. Um thriller em que cada detalhe revela o cotidiano da guerra entre árabes e judeus e o fundamentalismo das atitudes radicais dos dois povos.
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