quinta-feira, 17 de junho de 2010

A "DIFICIL" ARTE DE REPETIR





Sempre gostei de ler. Tantas viagens maravilhosas, desencontros, despedidas, mortes, nascimentos, amores, tramas... Um livro é um mundo paralelo onde me torno o personagem invisivel, sombra dos protagonistas, onde caminho no meu próprio ritmo, onde posso voltar atras, reviver incontáveis vezes momentos que me enlevaram... E são tantos mundos no meu mundo, que meu universo é infinito... Minhas possibilidades são tantas no silencioso ato da leitura, onde as palavras gritam nas folhas em que foram aprisionadas... Mas, algumas vezes, o excesso acaba por nos tornar arredios, enfastiados. Recordo quando me deparei com Frankenstein, da Mary Shelley e com o Drácula do Bram Stoker... Eu simplesmente pirei... Embora tais livros, na época em que os li, eram narrados numa linguagem um tanto cansativa, ainda assim, as idéias represadas em tais livros eram por demais fantásticas, poderosas, assustadoras e, entretanto, fascinantes. Não me envergonho de dizer que, ao término do Drácula, senti inveja daquele amor que poderia ter sido vivido pela eternidade, da beleza que também poderia ser imortal, constante. Foram livros realmente fascinantes aos meus olhos e ao meu espirito faminto das continuidades. Só que agora vejo uma enxurrada de livros sobre tais temas e li alguns títulos ao acaso. O que posso dizer? Nenhum deles queimou meu coração, nenhum deles chegou sequer perto do efeito que Frankenstein e Drácula causaram à minha imaginação. Ainda que tenham sido lançados tantos livros novos sobre o tema, em formatos inclusive de sagas (ou seja, personagens que continuam as estórias em próximos livros a serem lançados pelo autor), nenhum deles deixou em mim aquele gosto fantástico de "quero mais"... Penso que realmente seja bastante dificil a arte de repetir um feito já existente. Espero o Autor que criará outra obra capaz de mexer com minha imaginação como o fizeram Stoker e Shelley.

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