terça-feira, 27 de janeiro de 2015

ROSÁRIO TIJERAS (Jorge Franco)

Rosário Tijeras é um mito. Mulher que mata com um tiro a queima roupa enquanto beija sua vítima. E que desperta amores possíveis ou platônicos no meio onde vive. Leitora otimista que sou, aguardava redenção para uma vida estragada desde o inicio. Talvez por isso minha decepção. Queria o mito criado nas quebradas, no lado errado da vida, transformado em mulher forte, de coragens e caminhos distantes dos trilhados na juventude errante... Mas, foi um livro da vida real, do velho "aqui se faz, aqui se paga". E com isso, deu-me o gosto das escolhas amargas (ou da ausência de escolhas), de vidas das quais fugi através de estudo e da fortaleza protetora de uma familia zelosa. Conheci alguns mitos de vida torta pessoalmente, com histórias escritas na dor, no abandono, a maioria delas com finais trágicos... Me recuso a acreditar que seja apenas uma questão de escolha. Minha impressão é que alguns vivem para deixar no mundo histórias mal contadas, afim de que outros enxerguem opções menos dramáticas.
SINOPSE: Rosario Tijeras é uma jovem assassina, misteriosa, sexy e implacável. Seu nome, Tijeras (tesoura, em espanhol), lhe foi dado ainda menina, ao usar um par de tesouras roubadas da mãe, uma costureira, para se vingar de um homem que a estuprara anos antes. Seu verdadeiro sobrenome ninguém conhece. Antes de matar suas vítimas, Rosario as abraça e as beija, enquanto saca uma pistola da bolsa, que posiciona a queima-roupa para o disparo. Mas um dia, acaba provando do mesmo veneno. Leva um tiro à queima-roupa no momento em que recebe um beijo traiçoeiro. O amigo Antonio, narrador do romance, ainda tem tempo de levá-la a um pronto-socorro em Medellín e, enquanto espera alguma notícia dos médicos, repassa toda sua vida de perigos ao lado dela. Sempre fora perdidamente apaixonado pela enigmática assassina, mas nunca ousara revelar seus sentimentos. Afinal, Rosario era namorada de seu melhor amigo, Emilio. Para contar esta história povoada de personagens desesperados e impiedosos, o escritor Jorge Franco Ramos mergulha no submundo do narcotráfico e das favelas colombianas.

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